Consultor e palestrante, colunista do caderno Opinião do Jornal A GAZETA
Muitos dos empregos existentes hoje não existiam dez anos atrás; 65% das crianças entrando na escola agora vão trabalhar em atividades inexistentes hoje. De acordo com pesquisa na Inglaterra com 85 contadores independentes, 40% responderam que o trabalho que fazem hoje está ficando menos importante para os clientes; 66% estão sendo demandados para mais consultorias estratégicas para os seus clientes e 54% disseram que nos últimos cinco anos o seu papel mudou de contabilidade tradicional para consultoria financeira estratégica.
Essas mudanças são consequências da crescente automação dos processos, das maiores exigências de compliance, da sofisticação dos órgãos de arrecadação de tributos e da complexidade natural dos negócios. Mas não fica só nisso. A tecnologia digital está tomando uma aceleração inédita, ameaçando o negócio de todas as empresas e muitas profissões, inclusive a de contador. Isso não significa automatizar processos, isso já deveria ter sido feito há tempos. Significa repensar estratégia, linha de produtos, logística, desmaterialização e modelo de negócios. Quem imaginaria uma fabricante de computadores como a Apple praticamente tirando do mercado uma Nokia, líder em celulares? Os primeiros fabricantes de automóveis não foram os fabricantes de carruagens.
Os jornais impressos viram digitais; agências de bancos perdem importância para as transações digitais; plataformas e algoritmos substituem cadeias de hotéis e cooperativas de taxi; e o correio eletrônico permite a concorrência internacional no comércio varejista.
Os profissionais de contabilidade são empurrados para a proximidade dos consultores de finanças, onde a sofisticação toma o nome de capital de risco, parcerias público-privadas, concessões de infraestrutura, sociedades de propósito específico, joint-ventures e outras novidades societárias. Ficar só no feijão com arroz dos meros registros contábeis e de preparação de impostos não dá mais.
O novo contador precisa entender as novas exigências da governança corporativa que separa a propriedade da empresa da sua gestão, precisa estar habilitado para apoiar clientes em abertura de capital, emissão de dívida, contabilidade internacional e planejamento tributário.
A transformação tem de ser radical. O novo contador tem que ampliar seu conhecimento para incluir administração, economia, direito e finanças, e os cursos de formação terão de acompanhar, sob pena de desaparecimento da profissão. Participei do planejamento estratégico do Conselho Regional de Contabilidade onde esses pontos foram considerados. Esperamos que tenha êxito.
Autor: Evandro Milet Consultor e palestrante, colunista do caderno Opinião do Jornal A GAZETA
Fonte: A GAZETA – OPINIÃO – DOMINGO, 12 de Março de 2017
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